quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

poema sem rima






minha poesia é errante
feito o anjo torto de drummond
minha rima é ausente
tal qual a orelha de van gogh
falo blasfêmias, escarro na boca da burguesia
feito gregório de mattos
e lamentos, feito castro alves
minha poesia é torta,
feito a perna de garrincha
sou contra as formas, as fôrmas, as fórmulas
sou poeta nas horas vagas
poesia de botequim, de paixão nanquim
não publico porque
poesia não tem valor de mercado
não tem cotação na bolsa de valores
não tem estatística de consumo
não tem eira nem beira na correria dos fanáticos
por llucar, explora, somar, ter, e não ser
minha poesia é inútil,  para almas desalmadas.

(helder molina)

Nenhum comentário: