terça-feira, 22 de janeiro de 2013


Depois de uma conversa com a poeta e ensaísta,Glaucia Machado na qual ela citou uma postagem que fiz, há tempos, no primeiro endereço do meu jaguadártico antro digital (www.jaguadarte.zip.net), fui conferir o tal escrito e encontrei, além dele, algo de que já não me recordava: uma das respostas que dei a uma série de questões formuladas por Rodrigo de Souza Leão e Jorge Lúcio de Campos (nunca soube se a entrevista foi afinal publicada).

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P: Quais seriam, em sua opinião, as reais perspectivas da poesia no mundo contemporāneo? Discorra sobre o assunto.

R: A real perspectiva da poesia, hoje, é continuar existindo, a despeito dos inúmeros diagnósticos que afirmam que ela se encontraria em estágio terminal. Pura burrice. Ou, na melhor das hipóteses, má fé. Como pode a poesia desaparecer, se sequer começamos a compreender o que é poesia e o que ela de fato pode significar para as nossas vidas? Quanto a isso, não tenho a menor dúvida: poesia é forma de conhecimento – como a filosofia, a religião, o amor. O “mundo contemporâneo” pode nem saber que precisa da poesia, mas precisa, sim. Sou daqueles que, como Mário Faustino, crêem que “o poeta é, entre outras coisas, um dos homens que compõem a tribu prophétique, alimentadora da esperança dos homens, descortinando-lhes um futuro mais nobre.” Parece tão datado, isso, não parece? Mas é o que me orienta e me dá alento, quando penso no “papel” da poesia. Já há muita gente entregue à tarefa de anunciar o fim do mundo, da história, do amor, da poesia e de tudo.

Fonte : Ricardo Aleixo

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