sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O trem do VICTOR partiu...



Lutou a vida inteira para preservar a história dos trens.Tinha a "domingueira poética"e inúmeros amigos. Foi-se. Partiu. Sua esposa Celi nos manda essa mensagem:
Prezados,
Sempre elegante, o Victor não saiu de cena bruscamente. Tremulou como uma vela que aos poucos se consome, dando-nos tempo de acalmar nosso estupor.
Desde a manhã nos informaram que a hora era chegada.
Conversamos com ele, mesmo estando adormecido. Explicamos-lhe que poderia partir, pois seria assim mais feliz; cantamos hinos e fizemos orações.
Foi um longo preparo para um adeus tão difícil.
A equipe do hospital foi parceira e compreensiva.
Fizemos da recepção nossa sala de estar, onde amigos se revezavam para nos dar e buscar forças.
Subíamos de três em três pessoas para conversar com ele e orar baixinho, quebrando todas as regras da UTI.
Finalmente intui que, enquanto ali estivéssemos ele não partiria, pois de alguma forma o estávamos segurando. Coincidência ou não, pouco depois que saiu a última pessoa ele se foi.
É impressionante como estamos em paz! Cremos na vida eterna e que nosso amado foi recebido por Jesus Cristo e seus anjos. Pensamos nele, que foi poupado de sofrer um doloroso tratamento.
Quanto a nós, aprenderemos a buscar consolo na lembrança do que juntos vivemos.
Louvo a Deus pela oportunidade que tive de viver com ele por 50 anos de namoro, noivado e casamento. Foi realmente na alegria e na tristeza, na enfermidade ou na saúde que procuramos amar-nos e conservar-nos, mas nem a morte nos pode separar.
Digo-lhe até breve, pois a vida corre mais veloz que nosso entendimento. E que me aguarde na eternidade.
Com amor,
Celi
Affonso Romano Santanna

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