sábado, 8 de setembro de 2012

Vidas desperdiçadas

"Quando todos os seres humanos se livrarem de Deus e da eternidade (como deverá acontecer, com a lógica impiedosa de sucessivas camadas geológicas) o homem irá se concentrar em "obter da vida tudo que ela pode dar, em nome da felicidade e da alegria, mas apenas neste mundo, aqui e agora". Então os seres humanos se tornarão eles próprios "como deuses", imbuídos do espírito e da "titânica presunção" divinos. O conhecimento de que a vida não passa de um instante fugidio, de que não há uma segunda chance, mudará a natureza do amor. O amor não terá um tempo para habitar. O que ele perder em duração vai ganhar em intensidade. Vai arder mais, de modo mais fascinante que nunca, consciente de que está destinado a ser vivido e usado num único momento e até o fim, em vez de se espalhar de maneira tênue e insípida, como antes, pela eternidade e pela vida imortal da alma..."

Vidas desperdiçadas Zygmunt Bauman;
tradução Carlos Alberto Medeiros.
- Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,2005 "

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