terça-feira, 20 de março de 2012

Não,hoje não saio

Não, hoje não saio
eu quero ficar
no espaço
dum cantinho
que é só meu

Não, hoje não falo
eu quero escutar
as palavras floridas
dum canto
que me entonteceu

Não, hoje não vou respirar
eu quero confundir
a minha vertigem
com a tua vertigem
e ser só um todo
ou um nada
num mundo que emudeceu…

Maria Teresa M Carrilho

O Esplendor das Madrugadas, 1998 – Lisboa, Portugal

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