domingo, 17 de julho de 2011

Noite de mendigo

Fui seqüestrada nas entranhas

desta noite

por uma espécie de Senhor

da madrugada

Era meu corpo a implorar

por um abrigo

tal qual imensa ilha

desgarrada

Ele insistia em relembrar mistérios

entumecia agredia

(desterrava)

E evocava um outro tipo

de tremor

Algo que fosse o avesso

(uma morada)

Amanhecia

e as plantas já secavam

daquelas gotas tão iguais às

do meu corpo

E a viagem (ante o sol)

se transformava

em mais algum delírio que

desponta

de uma louca (e tão mendiga)

madrugada.

Eliana Mora

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