sábado, 1 de janeiro de 2011

Soneto XV

Quando penso que tudo o quanto cresce

Só prende a perfeição por um momento,

Que neste palco é sombra o que aparece

Velado pelo olhar do firmamento;



Que os homens, como as plantas que germinam,

Do céu têm o que os freie e o que os ajude;

Crescem pujantes e, depois, declinam,

Lembrando apenas sua plenitude.



Então a idéia dessa instável sina

Mais rica ainda te faz ao meu olhar;

Vendo o tempo, em debate com a ruína,



Teu jovem dia em noite transmutar.

Por teu amor com o tempo, então, guerreio,

E o que ele toma, a ti eu presenteio

William Shakespeare

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