Fernando Pessoa em Durban sentado e olhando o mar já nasceu o álvaro de campos. Aguarda a chegada da ode marítima o cansaço da noite antiquíssima e serena . Acende um charuto reflecte sobre esse estranho engenheiro que o liberta ]em navegação cosmopolita. Decerto na espreguiçadeira em que seu olhar se estende nada sabe de majonejones, nunca foi a um dumbanengue ,não conhece Maputo nem Tete,o fumo do charuto leva-o para outros lugares em que a névoa desponta a ocidente Poderia estar sentado no hotel Polana fazendo turismo ou pequenos burocráticos e acidentais negócios de passagem. Estrangeiro e incógnito com umbomcálice de cognac à sua frente espreita a máquina de escrever. Não vê gaivotas. Não sonha. Mas já usa óculos. É só um perfil com chapéu de palhinha branco na paisagem.Talvez quem sabe? o vulto inquieto do seu heterónimo bernardo soares folheando ausente umlivro do desassossego.
fonte:Inimigo Rumor 17.p128
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