sábado, 4 de setembro de 2010

Mocidade

A mocidade esplêndida, vibrante,

Ardente, extraordinária, audaciosa,

Que vê num cardo a folha duma rosa,

Na gota de água o brilho dum diamante;

Essa que fez de mim o Judeu Errante

Do espírito, a torrente caudalosa,

Dos vendavais irmã tempestuosa,

- Trago-a em mim vermelha, triunfante!

No meu sangue rubis correm dispersos:

- Chamas subindo ao alto nos meus versos,

Papoilas nos meus lábios a florir!

Ama-me doida, estonteadoramente,

Ó meu amor! que o coração da gente

É tão pequeno… e a vida, água a fugir…

Florbela Espanca

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