terça-feira, 31 de agosto de 2010

O amor de agora é o mesmo amor de outrora

O amor de agora é o mesmo amor de outrora

Em que concentro o espírito abstraído,

Um sentimento que não tem sentido,

Uma parte de mim que se evapora.

Amor que me alimenta e me devora,

E este pressentimento indefinido

Que me causa a impressão de andar perdido

Em busca de outrem pela vida afora.

Assim percorro uma existência incerta

Como quem sonha, noutro mundo acorda,

E em sua treva um ser de luz desperta.

E sinto, como o céu visto do inferno,

Na vida que contenho mas transborda,

Qualquer coisa de agora mas de eterno.

Dante Milano

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