domingo, 22 de agosto de 2010

desperta-me de noite
o teu desejo
na vaga dos teus dedos
com que vergas
o sono em que me deito

é rede a tua língua
em sua teia
é vicio as palavras
com que falas



a trégua
a entrega
o disfarce

e lembras os meus ombros
docemente
na dobra do lençol que desfazes


desperta-me de noite
com teu corpo tiras-me do sono
onde resvalo


e eu pouco a pouco
vou repelindo a noite
e tu dentro de mim
vai descoblindo vales

Maria Tereza Horta

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